quinta-feira, 12 de setembro de 2024

20. MEMÓRIAS CRUZADAS – Borderline!

Eu assisti a um filme no cinema, em 1976, que me deixou extasiado!

Eu gostei de tudo: atores, personagens, trilha sonora, roteiro, tudo maravilhoso!

Um monte de mensagens subliminares que eu não entendia, mas me faziam querer assistir mais e mais vezes!

Comprei o DVD e pareço criança diante do desenho favorito: assisto frequentemente, sei todas as falas, e as músicas . . . ah! absurdamente lindas! Instrumentais!

Só o que me interessava no filme até então era a arte, nota 10 em tudo!

Tempos depois, li algumas resenhas, algumas análises e outras coisas mais sobre o filme, que também me interessaram saber!


A história do filme ‘Um Estranho no Ninho’ se passa em 1963, época em que pouco se sabia sobre transtornos bipolares. A psiquiatria dava os seus primeiros passos à base de experimentos. O Oregon State Hospital, retratado no filme não era só na ficção, os EUA tinham aquele tratamento de verdade!



Alguns anos mais se passaram e eu assisti, lá por volta do ano de 2008, ao filme ‘Garota Interrompida’. Achei que foi, intencional ou não, uma cópia deslavada do “Estranho”.




Fiquei até chateado por haverem usurpado de uma história que há anos eu acalentava! Que bobagem, né? É muito salutar relembrar estórias e rever nossas posições sobre os assuntos!

‘Garota Interrompida’ se passa nos anos 1967 e de novo traz à baila a estória da psiquiatria.

Elenco muito bom, a maioria em início de carreira, mas que demonstraram o seu melhor!

O que os dois filmes nos mostram: a dificuldade em se diagnosticar e tratar transtornos mentais! Cada caso é um caso, cada ser humano é único e o que se passa na cabeça de cada um, só este um para descrever!

Bom, toda esta introdução para lembrar de uma história triste.

Dona Alzira, Amiga de minha Mãe, era uma pessoa especial.

Me lembro que tinha uma voz bastante ‘arranhada’. Era morena de pele bem escura. Muito religiosa. Não sei se era solteira, viúva ou divorciada, sei que morava sozinha. E era solitária!

Algumas poucas vezes acompanhei minha Mãe quando a visitava em sua casa.

As conversas giravam em temas de religiosidade, igreja e só. As conversas não evoluíam. A nossa presença, apesar de a minha Mãe ser uma de suas poucas ou única Amiga, a incomodava.

Soubemos, algum tempo depois, que ela tentou o suicídio, se jogando no poço.

Foi resgatada com vida, mas mais que isso eu não sei dizer. Sumiu da casa e do bairro.

Aquilo me deixou com um medo tremendo, pois todas as casas do bairro tinham poço, a minha inclusive.

E eu tinha fascinação em olhar o poço quando o sol estivesse bem à pique para entender o que havia lá embaixo, pois para mim era um buraco de onde tirávamos água e eu não sabia o que tinha lá embaixo!

Bom, outro border!

Suicídio era algo muito inusitado e profundamente enigmático naquela época, naquele bairro, no Brasil de 1960 e poucos! Vivíamos nas trevas da ignorância!

Se o fato causou tamanho estarrecimento na vizinhança pela sua inusitalidade, imagine o transtorno mental que afligia a pobre Dona Alzira. Com certeza ela nem fazia ideia com o que se passava consigo mesma!

Informação é tudo!

Tenho certeza de que ao longo de sua vida você também se deparou com pessoas especiais.

Temos que prestar atenção aos sinais daqueles que nos rodeiam. Pode haver ali um pedido de ajuda. Fiquemos atentos!

Estender a mão, abrir os braços para um abraço pode ser a acolhida que muitos esperam de você!

Esteja pronto! Saiba identificar! Ouça mais!

E assistam aos filmes mencionados! São Majestosos nesta abordagem!



 

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