Eu assisti a um filme no cinema, em 1976, que me deixou extasiado!
Eu gostei de tudo: atores, personagens, trilha sonora, roteiro, tudo maravilhoso!
Um monte de mensagens
subliminares que eu não entendia, mas me faziam querer assistir mais e mais
vezes!
Comprei o DVD e pareço criança
diante do desenho favorito: assisto frequentemente, sei todas as falas, e as
músicas . . . ah! absurdamente lindas! Instrumentais!
Só o que me interessava no
filme até então era a arte, nota 10 em tudo!
Tempos depois, li algumas
resenhas, algumas análises e outras coisas mais sobre o filme, que também me
interessaram saber!
A história do filme ‘Um Estranho no Ninho’ se passa em 1963, época em que pouco se sabia sobre transtornos bipolares. A psiquiatria dava os seus primeiros passos à base de experimentos. O Oregon State Hospital, retratado no filme não era só na ficção, os EUA tinham aquele tratamento de verdade!
Alguns anos mais se passaram e
eu assisti, lá por volta do ano de 2008, ao filme ‘Garota Interrompida’. Achei
que foi, intencional ou não, uma cópia deslavada do “Estranho”.
Fiquei até chateado por
haverem usurpado de uma história que há anos eu acalentava! Que bobagem, né? É muito
salutar relembrar estórias e rever nossas posições sobre os assuntos!
‘Garota Interrompida’ se passa
nos anos 1967 e de novo traz à baila a estória da psiquiatria.
Elenco muito bom, a maioria em
início de carreira, mas que demonstraram o seu melhor!
O que os dois filmes nos
mostram: a dificuldade em se diagnosticar e tratar transtornos mentais! Cada
caso é um caso, cada ser humano é único e o que se passa na cabeça de cada um,
só este um para descrever!
Bom, toda esta introdução para
lembrar de uma história triste.
Dona Alzira, Amiga de minha
Mãe, era uma pessoa especial.
Me lembro que tinha uma voz
bastante ‘arranhada’. Era morena de pele bem escura. Muito religiosa. Não sei
se era solteira, viúva ou divorciada, sei que morava sozinha. E era solitária!
Algumas poucas vezes
acompanhei minha Mãe quando a visitava em sua casa.
As conversas giravam em temas
de religiosidade, igreja e só. As conversas não evoluíam. A nossa presença,
apesar de a minha Mãe ser uma de suas poucas ou única Amiga, a incomodava.
Soubemos, algum tempo depois,
que ela tentou o suicídio, se jogando no poço.
Foi resgatada com vida, mas
mais que isso eu não sei dizer. Sumiu da casa e do bairro.
Aquilo me deixou com um medo
tremendo, pois todas as casas do bairro tinham poço, a minha inclusive.
E eu tinha fascinação em olhar
o poço quando o sol estivesse bem à pique para entender o que havia lá embaixo,
pois para mim era um buraco de onde tirávamos água e eu não sabia o que tinha
lá embaixo!
Bom, outro border!
Suicídio era algo muito
inusitado e profundamente enigmático naquela época, naquele bairro, no Brasil
de 1960 e poucos! Vivíamos nas trevas da ignorância!
Se o fato causou tamanho
estarrecimento na vizinhança pela sua inusitalidade, imagine o transtorno
mental que afligia a pobre Dona Alzira. Com certeza ela nem fazia ideia com o
que se passava consigo mesma!
Informação é tudo!
Tenho certeza de que ao longo
de sua vida você também se deparou com pessoas especiais.
Temos que prestar atenção aos
sinais daqueles que nos rodeiam. Pode haver ali um pedido de ajuda. Fiquemos
atentos!
Estender a mão, abrir os
braços para um abraço pode ser a acolhida que muitos esperam de você!
Esteja pronto! Saiba
identificar! Ouça mais!
E assistam aos filmes
mencionados! São Majestosos nesta abordagem!